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segunda-feira


"Com esta grandiosa epopeia, é apresentado ao público português um autor de grande notoriedade internacional, que tem vindo a afirmar-se como um verdadeiro autor de culto e é considerado como fonte revigoradora do género fantástico. Os mundos que cria são violentos e intensos, e todavia de uma beleza mágica que nos vai envolvendo pouco a pouco. A sua escrita mantém o leitor suspenso do encadear da acção, pontuada por diálogos límpidos e fluente. E se os seus enredos possuem uma densidade invulgar isso deve-se à plena consistência do contexto histórico próprio.
Mas o maior dom deste autor reside na capacidade de criar personagens muito humanas, capazes de amar tanto como de ser barbaramente ferozes, cruéis mas profundamente vulneráveis, figuras que emanam contudo uma verdadeira graneza épica.
Neste livro, Gemmell apresenta um novo herói de grande plano, Skilgannon, o Maldito, que foi sucessivamente um temido e prestigiado guerreiro, profundamente ligado a duas figuras femininas por laços de amor e de paixão, depois monge, e por fim um homem solitário atormentado e dividido. Este romance conta a sua busca de um misterioso templo, num território habitado por criaturas demoníacas, onde se crê que uma deusa sem idade é capaz de trazer os mortos à vida.
Lobo Branco é um livro que transmite inquietantes incertezas sobre a indefinível fronteira que separa a claridade das trevas dentro dos seres humanos.
David Gemmell nasceu em Londres, no ano de 1948. Publicou o seu primeiro livro, Legend, em 1984. Hoje os seus numerosos títulos tornaram-se habituais bestsellers dos dois lados do Atlântico."
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Um livro muito bem conseguido graças à incrível e intricada construção de personagens e enredos envolvidos por um maravilhoso contexto histórico.
Este livro apresenta-nos uma personagem maravilhosa - Skilgannon, o Maldito -, odiado por muitos mas amado pelos que conhecem verdadeiramente quem é Skilgannon.
Acompanhei, com angústia, a criação de Skilgannon, com todos os seus azares e desaires, sofrimentos e alegrias, até chegarmos a compreender como é que um menino doce, e em muitos pontos inseguro, se transforma no Maldito.
Esta é a história de um amor correspondido mas desde cedo envenenado pela ganância, egoísmo e sede de poder de terceiros, pois como disse uma velha e horripilante feiticeira: "O amor cega-nos para o perigo", e como tal há que abafar esse sentimento que nos deixa vulneráveis quando buscamos o poder e destruímos inimigos.
Mas, por fim, depois de muitos percalços para salvar uma menina que possui mais segredos escuros do que o que pensamos inicialmente, se revela que mesmo um coração envenado consegue sentir Amor.
(10 de Setembro de 2007)
"Quando Dorothy triunfou sobre a Bruxa Má do Oeste no clássico O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum, apenas conhecemos a sua versão da história. Mas, afinal, quem era esta misteriosa Bruxa? De onde veio? Como se tornou tão malvada? E qual é, então, a natureza do mal?
A Bruxa de Oz conta a história de Elphaba, uma menina de pele verde, insegura, rejeitada tanto pela mãe como pelo pai, um pastor reaccionário. Na escola ela também é desprezada pela sua colega de quarto Glinda, a Fada Boa do Norte, que só quer saber de coisas fúteis: dinheiro, roupas, jóias. Neste contexto ela descobre que vive num regime opressor, corrupto e responsável pela ruína económica do povo. Elphaba decide, então, lutar contra este poder totalitário, tornando-se na Bruxa Má do Oeste, uma criatura inteligente, susceptível e incompreendida que desafia todas as noções preconcebidas sobre a natureza do bem e do mal.
Gregory Maguire cria um mundo de fantasia tão fértil e vívido que Oz nunca mais será o mesmo."
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Lembro-me de ter visto este livro numa livraria, de o pegar e depois de o esfolhear pensar que este livro não era lá grande coisa... Engano!
Regra geral não gosto de ler histórias 'recicladas', parece-me sempre que a história original é sempre melhor. Mas neste caso tenho que admitir que me enganei! O autor aumentou o mundo maravilhoso de Oz e criou personagens e momentos memoráveis.
Um livro que possui tudo! Mas mesmo tudo! Desde paixão, horror, violações, traições, conspirações quer políticas quer sociais, amor, carinho, humor, ironias e sarcasmos, crimes, assassínios, mistérios...
Vamos acompanhando a vida de Elphaba, ou Elphie, ou Fae, ou Fabala desde o seu nascimento turbulento até à sua morte igualmente turbulenta. (Neste ponto acho que se assemelha bastante à saga do Harry Potter). Uma vida repleta de muitos momentos de solidão e tristeza e apenas pontuada por felicidade e amor. Vi-me a torcer por Elphie e a esperar que ela finalmente encontrasse paz e amor. Vi-me a torcer pela Bruxa Má do Oeste!
Talvez por isso a maior desilusão deste livro tenha sido o seu fim. Um fim previsível e que toda a gente conhece. Queria o ' e viveu feliz para sempre'. Mas não aconteceu!
Excerto (página 156):
"Uma tarde, Boq deixou o seu olhar vaguear até ao códice que estava a limpar. Normalmente prestava pouca atenção ao que estava ao tema dos livros, mas os seus olhos foram atraídos pela tinta vermelha brilhante aplicada na ilustração. Era uma imagem - talvez com quatrocentos anos ou quinhentos anos - de uma Bruxa Cúmbrica. (...) A Bruxa encontrava-se de pé num istmo que ligava duas terras rochosas e de cada um dos seus lados estendiam-se fragmentos de mar azul cerúleo (...). A Bruxa segurava na mão um animal de espécie irreconhecível, embora estivesse claramente afogado ou quase afogado. Segurava-o num braço que, ignorando a flexibilidade esquelética, rodeava carinhosamente o pêlo molhado e espetado do animal. Com a outra mão desnudava um seio, oferecendo de mamar à criatura. A sua expressão era difícil de interpretar (...) Parecia quase maternal, com uma criança infeliz. O seu olhar estava voltado para dentro, ou triste, ou qualquer coisa. Mas os pés não condiziam com a expressão, pois estavam plantados na faixa estreita com um agarrar preênsil, visível até através dos sapatos prateados, cujo brilho valioso despertara primeiro a atenção de Boq. (...) O vestido era de um azul-escuro esfumado. Ele calculou pelos tons brilhantes da obra que o documento não era aberto há séculos."
(29 de Julho de 2007)