quarta-feira


Sinopse:
Josy, a filha de doze anos do famoso psiquiatra Viktor Larenz, desaparece em circunstâncias que permanecem um mistério e o seu destino é uma incógnita… Victor vê o seu mundo a desabar e refugia-se na casa de férias, na remota ilha de Parkum, no mar do Norte.
Quatro anos mais tarde, Anna, uma bela desconhecida, autora de livros para crianças, procura-o em auxílio. É uma mulher atormentada por alucinações e pesadelos, nos quais surge continuamente uma menina que desapareceu sem deixar rasto, tal como Josy…
Viktor começa a fazer terapia a Anna, que se vai transformando em dramáticas sessões de perguntas e respostas, onde a sua nova paciente vai revelando pormenores do desaparecimento de Josy que supostamente não devia saber…
Desenvolvimentos surpreendentes, de capítulo em capítulo, fazem de A Terapia de Choque um thriller psicológico intenso, de cortar a respiração e impossível de largar até que se conheça o desenlace final.

Críticas da Imprensa:
«A Terapia de Choque é um estonteante, surpreendente e notável thriller, onde até as páginas tremem de tanta tensão.»
Bild am Sonntag

«Sem dúvida, o mais envolvente e tortuoso thriller dos últimos tempos.»
Die Bunt

«Uma verdadeira montanha-russa de emoções e sobressaltos, de primeira qualidade.»
RTL


Excertos:
"[Juro] não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados."
Citação do juramento de Hipócrates, página 7

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"
Provérbio, página 7

"A distância que existe entre supor e saber é a mesma que existe entre a vida e a morte"
Retirado da página 53


Sobre o autor:
Sebastian Fitzek nasceu em 1971, em Berlim. Estudou Direito e é hoje Director e Partner da maior empresa de consultadoria da Indústria da Rádio, na Alemanha. Trabalha, também, como jornalista para várias estações de rádio e televisão.Sebastian Fitzek escreveu Die zehn gröbten Radiogeheimnisse («Os dez maiores segredos da rádio»), uma referência obrigatória no sector dos media. A Terapia de Choque é o seu primeiro romance, um verdadeiro sucesso que permaneceu no primeiro lugar de vendas na Alemanha, durante várias semanas.


A minha opinião:
EXCELENTE!!
Absolutamente excelente, intrigante, confuso, misterioso, palpitante,...
É genial!
Ao longo deste romance desconfiamos de tudo e de todos. Pensamos que lá por virarmos uma página ou lermos um capítulo teremos alguma luz sobre o assunto. Engano!
Mas afinal quem é esta Anna Spiegel que aparece e desaparece misteriosamente sabendo sempre mais do que o que deve?
Afinal quem matou Josephine e onde estará o corpo?
Será que Halberstaedt, o presidente da Junta, amigo da personagem principal à tanto tempo sabe de alguma coisa? Porque desconfia ele tanto de Anna? Quais as verdadeiras intenções de Halberstaedt ao dar uma arma a Victor? Seria ele capaz de alguma atrocidade?
Mas quem? Como? Porquê?
É absolutamente impossível desvendar a verdade sem ler o livro do princípio ao fim!
Depois de um ano de leituras assim-assim deparo-me com este livro de me arrebatar o fôlego! O melhor livro que li este ano, ultrapassando (no meu ranking pessoal) o livro da autora Torey Hayden, coisa que eu pensava ser impossível!
Extraodinário!
(30 de Outubro de 2007)

domingo

Sinopse:
Qual a relação entre Isaac Newton e uma série de crimes ocorridos na universidade de Oxford, em 2006? Mergulhe no mundo da alquimia, da ciência, da astronomia e do ocultismo num empolgante mistério que nos faz recuar 300 anos.

Na cidade de Oxford, uma jovem é brutalmente assassinada e, em lugar do coração, o assassino deixa uma moeda de ouro antiga. Vinte e quatro horas depois, outra jovem é morta e encontrada com uma moeda de prata no crânio vazio.
Laura, uma jornalista especializada na cobertura de crimes, e Philip, fotógrafo da polícia e pai da sua filha, envolvem-se na investigação destes crimes. Juntos descobrem que estes assassinatos são parte de um ritual que remonta ao século XVII e que envolve personalidades distintas, como Sir Isaac Newton, em busca da Pedra Filosofal.
Numa luta desesperada contra o tempo, Laura e Philip tentam evitar que o criminoso complete a série de assassinatos rituais, sem saberem que o último alvo pode estar demasiado próximo...
Equinócio é um thriller fascinante que atravessa séculos, desvenda mistérios da alquimia e da astrologia e aborda a demanda pela Pedra Filosofal.


Críticas da imprensa:
«Michael White consegue criar mistério de uma forma absolutamente original. A leitura deste livro irá, sem dúvida, exercer uma atracção mágica no leitor.»
Sydney Morning Herald

«Equinócio é um apaixonante encontro entre misticismo e crime… um romance cativante que nos faz olhar de uma maneira diferente a literatura.»
The Bookseller


Sobre o autor:
Possui uma página na internet- AQUI
Michael White foi músico profissional, professor de ciências, colunista, editor de ciência da revista GQ e consultor da série The Science of the impossible, do canal Discovery.
Membro honorário da Universidade de Curtin, no departamento de Investigação, vive na Austrália, com a mulher e os quatro filhos. Equinócio é o seu primeiro romance.


A minha opinião:
Este livro retrata Isaac Newton (de uma forma muito curiosa e com base em factos reais) e a sua demanda pela Pedra Filosofal, através da Alquimia, da ciência, da astronomia e do ocultismo. É a partir de Newton, dos seus actos e suas consequências, que uma autêntica bola de neve se forma até chegar ao seu culminar em 2006.
No início não senti este livro a 'agarrar' a minha atenção pois acho que, apesar da descrição dos incríveis assassinatos a acção tornou-se lenta, quase um arrastar de acontecimentos. O autor apresentava um acontecimento ou facto ficcionado e 'espremeu-o' ao máximo, só depois passando à acção seguinte. Mas achei muito criativa a relação entre os assassinatos e a astronomia.
No entanto, nas últimas páginas consegui gostar bastante da história, absorvendo-me a atenção por completo como um bom livro deve fazer. O segundo e último ponto negativo deste livro é que, na minha opinião, o mau da fita foi demasiado óbvio.
Apesar disto tenho que dizer que é uma leitura razoável. Não posso considerá-lo um bom thriller, mas sim um bom livro para entreter.
Um aspecto tremendamente positivo é a quantidade de factos reais presentes nesta ficção (alguns um pouco alterados como é obvio) e o cuidado que o autor, Michael White teve em explicar aos leitores certos pormenores num último capítulo chamado "Os factos por detrás da ficção". Fiquei atónita com o que aprendi através deste último capítulo!
(28 de Setembro de 2007)

quarta-feira

Sinopse:
"Uma farsa e um apólogo. Utilizando recursos novos em sua novelística - com a substituição das técnicas indiretas pela apresentação do material bruto: cartas, documentos oficiais, diálogos, justapostos num mesmo plano significativo - Mario Vargas Llosa constrói ao mesmo tempo uma esplêndida sátira e uma reflexão moral: Pantaleão, estrito cumpridor do dever, termina ao levar seu excesso de zelo às últimas conseqüências, por pulverizar a engrenagem e a criatura que ele próprio criara e colocara em movimento.
Concebido com uma perícia de mestre, Pantaleão e as visitadoras não só enriquece o peculiar e particular universo do autor: testemunha também a múltipla inquietude de suas explorações."

O jovem capitão Pantaleón Pantoja foi treinado para ser um dos mais eficientes oficiais do Exército peruano. Disciplinado, respeitador das hierarquias, estava preparado para enfrentar qualquer tipo de missão militar. Mas a tarefa que lhe foi designada superava todas as expectativas de um sério oficial de carreira: organizar um bordel na selva amazônica e amenizar a fome sexual da soldadesca que, no isolamento da mata, passara a violentar as mulheres locais, pondo em risco a reputação das Forças Armadas nacionais. Embora tivesse sempre aspirado a ser um herói de guerra, e não um cafetão das florestas, Pantoja aplica meticulosamente seus conhecimentos de estratégia e de logística na implantação do "serviço de visitadoras" - codinome para o lupanar equatorial. O problema é que nem a disciplina mais férrea foi capaz de evitar um envolvimento amoroso do capitão, perfeito pai de família, com a menina mais bela do "regimento".
Neste romance, Mario Vargas Llosa exibe mais uma vez a sua fantástica capacidade de contar histórias que têm ao mesmo tempo um pé bem plantado na realidade, e o outro, no delírio. No caso, o leitor pode se recordar das recentes investidas bélicas de um Peru em guerra contra o Equador, aqui solapadas por uma comédia erótica que desmonta qualquer pretensão de heroísmo.

A minha opinião:
Pantaleão e as Visitadoras é um livro cómico com muitas ironias pelo meio.
O capitão Pantaleón Pantoja, um militar exemplar, recebe uma missão de importância capital para sua pátria: criar um serviço de "visitadoras" para os soldados que, isolados em guarnições perdidas na transpirante Amazônia peruana, se estavam a transfor em violadores em série. Na organização desse 'organismo' de meninas, Pantita enfrenta alguns contras: a igreja tacanha, a imprensa sensacionalista e uma morena apelidada de Brasileira.
Um livro muito bem humorado que teve um senão: li-o em português do Brasil o que me dificultou um pouco a leitura.
(22 de Outubro de 2007)

segunda-feira

Sinopse:
Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada.
Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível.
Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria.
Desde a sua publicação, em 1980, o livro já vendeu 8 500 000 exemplares no Reino Unido e foi traduzido em 27 línguas, tendo sido um bestseller em vários países.


A autora:
Torey Hayden nasceu em 1951, em Livingston, Montana, nos EUA. Possui formação e uma longa experiência nas áreas da psicologia e educação e tem trabalhado sobretudo no ensino especial. A partir de 1979 começou a escrever as suas experiências como educadora, que deram origem a vários bestsellers. Mãe de uma menina, vive e escreve actualmente em North Wales, no Reino Unido. Possui uma página na internet.


A minha opinião:
Há tanta coisa que eu devia dizer sobre este livro. É a sua leitura é tão maravilhosa que me faltam palavras para traduzir o que senti ao lê-lo e mesmo o que sinto agora!
Nunca mais olharei da mesma forma para: travessões de criança, a obra "O Principezinho", ... m&m's (risos, risos...)
O que um gesto de amor e carinho, paciência e sinceridade podem fazer! É absolutamente incrível!
Este foi sem dúvida, até agora, o melhor livro que li este ano!
(21 de Outubro de 2007)

sexta-feira

Sinopse:

Autora nomeada e finalista do NATIONAL BOOK AWARD. O lugar para onde fugimos quando todas as paredes desabam sobre nós, é muitas vezes exactamente o que temos que rejeitar para poder sobreviver. Quando a culpa nos persegue, a vingança parece esconder-se em todas as sombras.

Danny era um jovem popular e promissor. Howie era obeso, solitário e objecto de chacota. Os dois primos ficaram marcados na adolescência por uma brincadeira com consequências trágicas que mudou as suas vidas para sempre. Principalmente a da vítima, Howie. Vinte anos mais tarde, Howie pede ajuda a Danny para restaurar um castelo na Europa de Leste. Aparentemente os papéis inverteram-se: o popular Danny é agora um desempregado a fugir de cobradores a quem nunca devia ter pedido dinheiro. E Howie é um excêntrico milionário da alta finança que sonha criar o mais invulgar retiro alguma vez imaginado. O castelo, agora em ruínas, é um lugar afundado numa herança de sangue e orgulho, invocando todos os elementos do gótico: um lago, catacumbas secretas, uma velha baronesa e uma torre misteriosamente intacta...
Após a sua chegada, Danny começa a perceber que cometeu um erro terrível: aquele refúgio perfeito transforma-se no único lugar de onde se devia manter afastado para sobreviver. Num ambiente de total paranóia, a ruína torna-se no cenário ideal para a derradeira vingança de Howie. Desta vez, uma brincadeira com resultados ainda mais catastróficos.
Enquanto isso, um homem cujo nome desconhecemos encontra-se numa prisão de alta segurança por ter cometido um crime misterioso. Na sua cela, escreve uma história inesquecível: a de dois primos que se reencontram vinte anos mais tarde para restaurar um castelo em ruínas na Europa de Leste...


Críticas da imprensa:
"Nesta novela Neo-gótica, Egan mostra que a imaginação é a maior de todas as drogas. Uma lufada de ar fresco na literatura contemporânea."
The New Yorker

"A Ruína, está a conseguir maior atenção da imprensa mundial do que o seu anterior livro, finalista do National Book Award."
Bookmarks Magazine

"Uma novela assim tão atrevida faz-nos pensar num dos mistérios mais tenebrosos. O mistério da percepção e da incerteza: onde começa a imaginação e termina a realidade... ou onde se cruzam?"
The Los Angeles Times

"Egan é uma escritora excepcional e inteligente. Umas das vozes mais interessantes da literatura contemporânea."-The Washington Post
"Visionário, hiper-realístico! O poder criativo de Egan em velocidade cruzeiro. A Ruína lê-se como Kafka, Calvino ou Poe, onde o absurdo cruza o surreal."-Elle
"Cativante. Ao terminarmos a leitura ficamos espantados com o quão real ela tornou este livro... perturbante, fantástico... credível."
The Oprah Magazine


A autora:
Jennifer Egan nasceu em Chicago e cresceu em San Francisco.
Frequentou a Universidade de Pennsylvania e o St John's College em Cambridge.
Nota:
Este livro, cujo título original é "The Keep" tem uma página na internet.


A minha opinião:
Esta sinopse leva ao engano do leitor. Enganou-me e bem! Eu a pensar que ia ler um fantástico thriller e eis que surge algo completamente diferente.
A história do castelo e dos dois primos foi por vezes contagiante e envolvente, mas de repente vemos que nada desta história é real! O que eu pensava que era o enredo principal torna-se de repente em algo secundário, e o verdadeiro enredo principal o que é na verdade real vais-se revelando aos pouquinhos.
A realidade é que um homem, de seu nome Ray e que está preso por ter morto um homem, está a escrever a história dos dois primos e da renovação de um castelo em hotel.
Mas tenho que confessar que por vezes a leitura torna-se um pouco estagnada e tive mesmo de fazer um esforço para continuar. Mesmo assim gostei muito mais do enredo secundário do que o correspondente à realidade. Isto deve-se com toda a certeza à minha veia de romântica que ficou muito insatisfeita no fim.
(19 de Outubro de 2007)

quinta-feira



A minha opinião:
Dianne sempre amou Allan McIntosh, mas casou-se com o irmão dele, Tim.
Dianne e Tim casam-se e Dianne engravida deixando o jovem casal feliz. Mas o futuro reserva-lhes uma dramática e triste surpresa.
Num exame de rotina, Dianne, ainda grávida, descobre que o bebé que cresce dentro de si tem graves problemas. Ao saber deste facto Tim tenta convencer Dianne a abortar mas ao ver que não consegue convencê-la, foge para o mar onde luta para ser o melhor lagosteiro da zona e conseguir deixar o passado para trás. Apesar de Dianne não conseguir ultrapassar este abandono de Tim, resolve ter o bebé e as piores previsões confirmam-se. A bebé - Julia - nasce com espinha bífida e síndrome de Rett, uma doença semelhante ao autismo.
Apesar da dor e óbvias dificuldades Dianne consegue criar Julia com o apoio de duas pessoas que a amam profundamente: Lucinda, a sua mãe, e Allan que se torna médico de Julia.
Na altura em que Julia tem onze anos surge uma nova personagem - Amy -, uma menina de doze anos com um profundo dilema familiar e que vai conquistar o coração de todos, especialmente o de Julia, tornando-se grandes amigas.
Um romance lindíssimo com um único senão: está editado em português apenas pelas Selecções do Livro e durante a leitura torna-se demasiado evidente os saltos na história.
Um livro que, na minha opinião, merece ser editado em português e na sua totalidade por uma editora!

A autora:

Luanne Rice

domingo


Sinopse:
Uma obra-prima do gótico sexual, esta é a história de Andrew Halfnight, cuja vida, parte sonho, parte pesadelo, começa com uma escolha trágica feita por uma mãe e acaba num abraço de amantes. Pelo meio, atravessa tempestades no mar, na terra e na mente; parentes que matam por amor e amantes que sacrificam os seus corpos; enquanto isso, Halfnight vai chegando cada vez mais perto do seu mistério e do mistério de toda a existência.
O livro remete-nos, afinal, para o enorme medo e fascínio que as mulheres inspiram ao personagem desta obra. São como sonhos invisíveis, como fadas ou soldados, como casas onde à noite recolhemos para descansar. E atrás delas escondem-se sempre os seus desígnios, os seus afectos e perversões.
O autor tem o dom de contar histórias, e mais do que isso, tem um óbvio prazer em fazê-lo. O primeiro toque de clarim contra o monstruoso regimento das mulheres, apesar de ser uma narrativa única está semeada de pequenas fábulas e parábolas que envolvem o protagonista e os que o rodeiam e que tornam o livro irresistível. Os cenários são fulgurantes e bem se pode dizer que Eric McCormack nos deixa presos ao terror que há-de vir e à bizarria dos próximos acontecimentos. O convite é para sentar, abrir o livro e descer ao pântano das memórias.

Excertos:

"- É uma coisa que não tem fim - disse ele. - Descobri isso muito cedo. Estamos rodeados por um oceano de livros. Podes andar de porto em porto sem nunca lançar âncora à mesma terra."
Retirado da página 58

"- Todos os livros são livros úteis - dise ele, olhando à volta do camarote. - No meu modesto entendimento, nenhum livro merece ser lido se não prestar qualquer tipo de informação ao leitor, nem tiver qualquer uso prático."
Retirado da página 60

"(...) Tentava não considerar as consequências de tudo aquilo: a única pessoa nesta ilha negra e remota que parecia preocupar-se comigo era um monstro. Mais uma vez, tinha a sensação terrível de que a minha vida estava desmoronar-se."
Retirado da página 96

A minha opinião:

A sinopse deste livro vai afastar muitos leitores que iriam adorar ler este livro, como eu adorei. Qualquer pessoa que goste de um bom romance tem de ler esta maravilha! Já há muito tempo que um livro não me surpreendia tão positivamente!
Penso que o seguinte excerto, retirado da página 220, traduz a maioria do enredo:
"As palavras saíam-me como brasas quentes que eu cuspia tão depressa como podia. Falei sem parar. Fui direito ao princípio da minha vida e falei-lhe do meu nascimento e da morte da minha irmã, da morte do meu pai, dos momentos finais da doença da minha mãe; falei-lhe sobre a minha viagem para St. Jude a bordo do Cumnock e da minha amizade com Harry Greene; contei-lhe sobre St. Judee sobre o assassínio do meu tio Norman perpretado pela tia Lizzie; falei-lhe sobre a minha estada na Casa da Misericórdia e de como tinha vindo viver para o Canadá; falei-lhe sobre os meus anos de tranquilidade, depois sobre os pesadelos que me levaram a ir à mansão particular, sobre o meu caso com Amber Tristesse; falei-lhe sobre a luta travada com o corpúsculo, sobre a minha viagem até ao motel nas montanhas; falei-lhe sobre a minha experiência com aquela mulher; disse-lhe que tinha sido a experiência mais maravilhosa pela qual alguma vez tinha passado.
Mas quando cheguei ao episódio do meu acidente, disse que não conseguia lembrar-me de nada."
Desta história maravilhosa só falta contar que um antigo amor reaparece quando já tudo parecia acabado dando um novo fôlego ao nosso Andrew. É este amor que o vai reconfortar e libertar de todos os pesadelos, fantasmas e traumas do passado, fazendo com que ele faça as pazes com a pessoa que se tornou. É também através deste novo amor que Andrew Halfnight nos reserva a nós, leitores, uma última e inesperada surpresa.
Gostei muito deste livro! A recomendar!
14 de Outubro de 2007

Sinopse:
"«Depois da projecção do filme, ela chega para um debate. Naquela altura era moda, os realizadores virem falar com o público, era preciso fazer debates. Quero comprar um ramo de flores enorme. Não tenho coragem. Tenho vergonha. Como oferecer as flores perante um sala cheia, como afrontar os sorrisos, as graçolas e as roçazinhas? Não compro flores. Levo no bolso o Détruire, dit-elle. Tenho esperanças de um autógrafo. As luzes reacendem-se. E ela está ali.»
Yann Andréa bateu à porta de Marguerite Duras no Verão de 1980, em Trouville, depois de lhe ter enviado inúmeras cartas durante cinco anos. Desde então, nunca mais se separaram. Dezasseis anos de vida em comum entre um «monstro» da literatura e o seu amante, o último, o preferido. Entre eles houve Aquele Amor, que Yann Andréa procurou perpetuar para além da morte."

Comentário:
Quando Yann Andréa bateu com os olhos no nome Duras foi para sempre. Foi no princípio da década de 70, ao encontrar, no apartamento do liceu, a obra Os Pequenos Cavalos de Tarquínia. Leu e releu todos os seus livros, leu intensamente todas as palavras. Na primeira vez que a viu, em 1975, teve a confirmação de que nunca mais a deixaria. Escreveu-lhe cartas atrás de cartas, até que, em 1980, ganhou coragem e bateu à sua porta em Trouville. Desde aí, nunca mais se separaram. Viveram 16 anos em comum até ao último suspiro do grande "monstro" da literatura. É essa história de paixão e obsessão que Yann Andréa resolveu tornar pública, num livro que retrata aquele amor e que pretende ser a sua derradeira carta de amor a Marguerite Duras.

Excertos:
"Continuo em ter dificuldade em dizer a palavra. Não conseguia dizer o nome dela. Só escrevê-lo. Nunca conseguí tratá-la por “tu”. Por vezes ela teria gostado. Que eu a tratasse por “tu”, que a chamasse pelo seu nome. Não me saía da boca, não conseguia. (...) E essa impossibilidade de a chamar pelo nome, acho que vem disto: primeiro li o apelido, olhei para o apelido, o nome e o apelido. E esse nome encantou-me imediatamente. Esse pseudónimo literário. Esse apelido emprestado. Esse nome de autor. Esse nome agradava-me simplesmente. Esse nome agrada-me infinitamente (...)
Sou um leitor. O leitor primordial, visto amar todas as palavras, integralmente, sem qualquer contenção. E esse nome de cinco letras, DURAS, amo-o absolutamente. Caiu-me em cima. Nunca mais a deixei e não a consigo deixar. Nunca. E ela também não."


"Você morreu a 3 de Março de 1996 às 8 horas e 15, na sua cama, na rua Saint-Benoît. Eu não vim. Deixei-a. Você morreu. Eu não. Eu fiquei cá e estou aqui a escrever-lhe. E isto fá-la rir: mas por quem é que ele se toma, por um escritor, esta agora. Você ri. E diz: não tem mais nada para fazer, só escrever, não interessa o quê, continue, tem um tema maravilhoso, um tema de ouro, sou eu que lho digo, vá, pare de se armar em parvo, escreva, não vale a pena matar-se, não se faça de imbecil.
Qual é o tema.
E então aparece o sorriso. A sua cara torna-se numa cara de criança, uma criança que sabe, que sabe tudo na inocência perfeita de um ser inaudito. Nesse sorriso da cara toda, da cabeça toda, do espírito todo, do coração todo, poder-se-ia dizer, você diz: o tema sou eu."

"Se calhar não devia ter dormido, se calhar devia tê-la ouvido mais, estar mais presente, amar mais, nunca o fazemos o suficiente, não podemos imaginar que o último dia está muito próximo, não podemos porque você fala noites a fio, deveríamos, sim, fazer mais, mas o quê, inventar uma espécie de amor ainda maior do que aqueles livros, mas como fazê-lo, como é possível. Certas noites eu queria dormir e dizia-lhe para se ir embora, para ir para o seu quarto, sozinha perante a morte, certas noites já não aguentava mais, mandava-a embora, fazia-o e nunca uma queixa, ia para o seu quarto furiosa à espera de morrer. No dia seguinte voltava.
Estamos sozinhos fechados neste apartamento da rua Saint-Benoît. Esperamos pelo último dia. Só sabemos isso."

A minha opinião:
Esta é a última e derradeira carta de amor desta relação intensa e tempestuosa. Uma tentativa de expressão dos acontecimentos e sentimentos sentidos por Yann Andréa aquando da sua relação com a grande escritora Marguerite Duras. Uma expressão algo caótica de descrições e expressões.
Achei muito interessante este ponto de vista em primeira mão de um relacionamento amoroso com uma autora conhecida mundialmente, mas por vezes senti que o autor era um pouco melodramático demais ao retratar-se como o pobre coitadinho à mercê das vontades de uma mulher confiante e poderosa no seu mundo.
Talvez por ter iniciado a leitura deste livro com elevadas expectativas eu própria tenha ficado insatisfeita com o que o livro me transmitiu. Emboa não possa, de maneira alguma, diminuir a extrema beleza de algumas frases (ver excertos).
(6 de Outubro de 2007)
"«Passei um cheque, meti-a debaixo do casaco (...) e levei-a para casa. Tina encontrado o meu exemplar de cão-de-água. É claro que, bem no íntimo, sabia que era precisamente o contrário. Aquela cadela tinha-se deixado estar muito sossegada (...) na jaula, unicamente à cata de pais. Tinha-me encontrado a mim!»"
E assim principia o grande romance de amor entre a linda cadela que era Josephine e a sua dona, uma famosa escritora americana. É claro que em todas as relações amorosas há sempre um parceiro que domina. A autoridade de Josephine nem por um momento foi posta em causa. Até o marido de Jacqueline foi obrigado a render-se aos encantos da Josephine...

No estilo extraordinariamente vivo e espirituoso que fez dos seus livros autênticos êxitos internacionais, Jacqueline Susann dá-nos com esta obra uma outra faceta do seu talento de grande escritora.
Na diversidade do tema, o leitor não deixará de reconhecer, contudo, a capacidade de expressão manifestada em «Uma vez não basta» e «O vale das bonecas» (nº 132 e 140 desta colecção)."

A minha opinião:
Uma escrita bem-humorada sobre as peripécias de uma cadela cão-de-água (Josephine) e a sua dona, a escritora Jacqueline Susann.Gostei muito de relaxar a ler e rir de certos acontecimentos pelas quais elas passaram...
Uma leitura extremamente leve, ideal para desanuviar a cabeça.
(4 de Outubro de 2007)