"Uma farsa e um apólogo. Utilizando recursos novos em sua novelística - com a substituição das técnicas indiretas pela apresentação do material bruto: cartas, documentos oficiais, diálogos, justapostos num mesmo plano significativo - Mario Vargas Llosa constrói ao mesmo tempo uma esplêndida sátira e uma reflexão moral: Pantaleão, estrito cumpridor do dever, termina ao levar seu excesso de zelo às últimas conseqüências, por pulverizar a engrenagem e a criatura que ele próprio criara e colocara em movimento.
Concebido com uma perícia de mestre, Pantaleão e as visitadoras não só enriquece o peculiar e particular universo do autor: testemunha também a múltipla inquietude de suas explorações."
O jovem capitão Pantaleón Pantoja foi treinado para ser um dos mais eficientes oficiais do Exército peruano. Disciplinado, respeitador das hierarquias, estava preparado para enfrentar qualquer tipo de missão militar. Mas a tarefa que lhe foi designada superava todas as expectativas de um sério oficial de carreira: organizar um bordel na selva amazônica e amenizar a fome sexual da soldadesca que, no isolamento da mata, passara a violentar as mulheres locais, pondo em risco a reputação das Forças Armadas nacionais. Embora tivesse sempre aspirado a ser um herói de guerra, e não um cafetão das florestas, Pantoja aplica meticulosamente seus conhecimentos de estratégia e de logística na implantação do "serviço de visitadoras" - codinome para o lupanar equatorial. O problema é que nem a disciplina mais férrea foi capaz de evitar um envolvimento amoroso do capitão, perfeito pai de família, com a menina mais bela do "regimento".
Neste romance, Mario Vargas Llosa exibe mais uma vez a sua fantástica capacidade de contar histórias que têm ao mesmo tempo um pé bem plantado na realidade, e o outro, no delírio. No caso, o leitor pode se recordar das recentes investidas bélicas de um Peru em guerra contra o Equador, aqui solapadas por uma comédia erótica que desmonta qualquer pretensão de heroísmo.
A minha opinião:
Pantaleão e as Visitadoras é um livro cómico com muitas ironias pelo meio.
O capitão Pantaleón Pantoja, um militar exemplar, recebe uma missão de importância capital para sua pátria: criar um serviço de "visitadoras" para os soldados que, isolados em guarnições perdidas na transpirante Amazônia peruana, se estavam a transfor em violadores em série. Na organização desse 'organismo' de meninas, Pantita enfrenta alguns contras: a igreja tacanha, a imprensa sensacionalista e uma morena apelidada de Brasileira.
Um livro muito bem humorado que teve um senão: li-o em português do Brasil o que me dificultou um pouco a leitura.
(22 de Outubro de 2007)
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