segunda-feira

Sinopse:
De pés descalços, vestida apenas com uma camisa manchada de sangue, Sylvie de Valaines, de 4 anos, erra pela floresta de Anet numa noite. A sua família acaba de ser assassinada, talvez por ordem do cardeal de Richelieu, com o objectivo da recuperação de determinadas cartas comprometedoras. O príncipe de Martigues, um dos netos de Henrique IV, recolhe-a, levando-a para o Castelo de Anet.
Sylvie torna-se dama de honor da Rainha Ana de Áustria, e irá partilhar, sem o saber, o segredo mortal do nascimento do futuro rei Luís XIV. Vai ter de enfrentar o Rei Luís XIII, o cardeal de Richelieu e também o misterioso e sádico assassino da sua mãe.


A minha opinião:
Gostei muito de ler este livro.
Apesar de este mês não ter sido dos melhores para leituras, este foi um livro que adorei saborear as páginas.
Uma história bem contruída e bem contada com muito mistério, amor e outros condimentos literários que nos sabem sempre bem.
Fiquei em pulgas para saber a continuação deste enredo.
(28 de Dezembro de 2007)

quarta-feira

Sinopse:
Uma adorável lenda local, Copper não era um cão vulgar.
Por vezes descarado mas sempre encantador, carismático e com uma propensão para arranjar sarilhos, este sábio rafeiro — ou cruzado, como ele preferia — teve uma vida impressionante. A sua notável luxúria e a curiosidade canina levaram-no a viajar por todo o lado, por vezes de autocarro com a gata Jessie, parando nos seus pubs favoritos ou perseguindo incautos corredores no parque — um passatempo que quase acabou com a sua vida.
Neste livro delicioso, Copper conta as suas assombrosas aventuras, as idas e vindas, os amores e as perdas — e, claro, como é a vida na alta sociedade.
Esta é a divertida e comovente história de Copper: a história de um verdadeiro herói canino.
Annabel Goldsmith é a filha do 8.º Marquês de Londonderry. Vive em Ham Common rodeada por seis cães e numerosos netos.

A minha opinião:
Devo dizer que ao ler as primeiras páginas não estava a gostar lá muito pois a história era contada pelo próprio Copper que nos relata como foi a vida dele. Mas depois, a história tem tantos atractivos que esta leitura agarrou-me e mostrou-me quanto é difícil a vida de um cão... ou que pode ser tão boa...
Gostei. Não é nenhuma obra primordial mas é muito relaxante e divertido ler este pequeno livro. Um excelente livro para se oferecer agora, por volta do Natal.
(18 de Dezembro de 2007)

segunda-feira

Sinopse:
Joseph O'Loughlin aparenta ter uma vida perfeita: uma mulher bonita, uma filha afectuosa e uma carreira bem-sucedida como psicólogo clinico. Porém, até a existência mais irrepreensivel pode, num abrir e fechar de olhos, desmoronar-se. Para tal basta uma rapariga assassinada, um jovem perturbado e a maior mentira da sua vida.
Quando uma jovem mulher é encontrada morta junto a um canal londrino com várias facadas - todas auto-infligidas - a policia pede ajuda a Joe. Será um caso de homicidio ou de suicidio? Qem é a vitima? Relutantemente, Joe concorda em ajudar. O corpo vandalizado que lhe é mostrado na morgue é afinal de uma pessoa que ele conhece: Catherine Mary McBride, enfermeira e antiga colega...
Enredado numa complexa teia de enganos e obcecado por imagens da rapariga assassinada, Joe embarca numa demanda que o levará de Londres a Liverpool e até aos recessos mais tenebroos da mente humana. Por fim, arriscará tudo para desmascarar o assassino e salvar sua familia.
A minha opinião:
Andei literalmente a arrastar as páginas deste livro. Não o achei nada emocionante como esperava e devo dizer que me desiludiu bastante.
As personagens não tem qualquer profundidade psicológica e pareceu-me que o escritor deixou a criação deste livro apenas na superfície. Este enredo tinha ainda muito para dar se fosse bem explorado.
Acho que o li numa altura má. Ainda passou pouco tempo deste que li o "Terapia de choque" que tanto me absorveu e posso estar a comparar este livro com o outro que referi. Não sei...
(2 de Dezembro de 2007)

domingo


Sinopse:
Um pequeno livro mas de uma beleza absolutamente estonteante.
Com fotografias de Albane Chotard Moreno e textos de Gonçalo M.Tavares, Jacinto Lucas Pires, Pedro Mexia e Rui Zink, este é um livro artístico que encanta qualquer pessoa. Um objecto de deleite, prazer, contemplação e leitura.

Excerto:
"Um poeta educado intelectualmente para não pensar demasiado enquanto escrevia versos atrasou-se tanto que a noite chegou ainda a folha do caderno permanecia ameaçadora.
De noite os sentimentos, porventura, sendo coisas físicas, procurarão dentro do organismo individual - com mais dificuldade - os melhores caminhos que dêem acesso ao coração, e se nada inluminar os seus passinhos bruscos como poderão eles depois encontrar uma forma de se exprimir cá fora, por intermédio desse rude e limitado alfabeto, dessa invenção grotesca que transformou desenhos - percurços de traços - em rituais que pensam? Se as letras conseguem exprimir todas as nossas emoções, então o que fazer com as mãos?
Mas voltemos ao essencial: chegara a noite, ou o corpo conseguira alcançá-la (quem anda: o corpo ou o tempo?), a noite e o corpo, digamos então assim, haviam-se encontrado, como numa coincidência já prevista, e o poeta só sentira; de baixo a cima:sentimentos (sem dúvida: um catálogo de emoções), porém na folha: nada, nem uma palavra. Nem sequer uma rosa."
de Gonçalo M. Tavares

(2 de Dezembro de 2007)

sábado


A minha opinião:
Este livro traz duas histórias e foi o meu primeiro contacto com este autor alemão.
A primeira história tem como título "As máscaras do amor" e conta a história de um casal (Heinz e Elizabeth Konradi) que organizam um jantar convidando a irmã de Elizabeth (Brigitte), Herbert Sanke e Erich Kiel. Desde o início que Heinz empurra a cunhada para Herbert, fazendo-se de casamenteiro, mas tudo com um misterioso objectivo que só agrada aos seus interesses. No fim desse mesmo jantar, Heinz coloca a cunhada numa posição constrangedora, fazendo com que Brigitte acompanhe Herbert pelo caminho que vai até à ponte de saída da cidade, o que ela faz, contrariada. Numa noite em que o luar não existe, nem nenhuma estrela no céu, surge uma forte tempestade e Brigitte desaparece...
É uma história que incita à leitura mas que não gostei nada do final. Achei muito rebuscada e pouco realista.
A segunda história tem como título "As sombras do paraíso" e trata-se da história dos ricos irmãos Aarfeld, Pedro e Siegurd. No meio aparecem a exuberante e extremamente bela e calculista Mathilde Von Bahrenhof, e, a amável e humilde Marianne Klett.
Uma bela história de amor cujo enredo cheio de traições, ciúmes, paixão e volúpia já foi muitas vezes retratado.
Mesmo assim gostei muito mais da segunda história.
(30 de Setembro de 2007)

Sinopse:

Em "Chocolate à Chuva" (terceiro volume da trilogia que começa com "Rosa, Minha Irmã Rosa" e prossegue com "Lote 12, 2.º Frente"), Mariana é confrontada, entre outros problemas, com um bem difícil: o divórcio. Os pais da Rita, sua amiga de sempre, tomam essa decisão. É a ruptura. É o fim da "casa da Rita", é o "tremer" das coisas sólidas. Mariana vai entrar no emaranhado dos "quês" e "porquês" e vai sentir-se impotente para ajudar a Rita. Mas "Chocolate à Chuva" é também uma maneira fascinante de acompanhar o crescimento de uma adolescente atenta não só ao que se passa em redor dela mas também à sua própria evolução.

A minha opinião:
Gostei bastante. Peguei neste livro apenas para tentar acabar o desafio do alfabeto de autores e não esperava que gostasse tanto de o ler.
Um livro muito bem escrito, com uma linguagem extremamente acessível a exprimir sentimentos e conflitos que se sente quando os nossos pais se separam. O turbilhão sentimental desencadeado por este acontecimento é retratado pela autora Alice Vieira, com uma simplicidade que me comoveu. Conseguiu transmitir por escrito o que a maioria dos adultos não conseguem nem falar.
29 de Novembro de 2007
Sinopse:
Todas elas são escritoras. Vêm do Chile, do México, da Argentina, do Uruguai, do Peru, de Portugal. Juntaram-se e escreveram os contos que aqui se publicam pela primeira vez.
Contos de mulheres e contos sobre mulheres – sobre mulheres que aprenderam a calar, a dissimular e a apagar-se enquanto se empenhavam em alcançar a máxima eficácia nas suas tarefas; sobre mulheres, comuns e correntes, que não souberam encontrar outra maneira de responder à mentira e ao abuso.Crimes de Mulheres é por isso muito mais do que uma antologia policial, embora os textos que a compõem tenham todos os ingredientes de suspense e mistério. Só que o crime, aqui, é uma outra forma de falar da condição feminina e das mudanças que essa condição vai sofrendo no mundo difícil que é o nosso.
A minha opinião:
Apesar de gostar muito de contos devo dizer que, à excepção de três, estes, no geral, não me cativaram mesmo nada.
Gostei dos contos de Cristina Norton ("Menina modelo"), Rosa Lobato Faria ("Criada para todo o serviço") e Ana Vasquéz-Bronfman ("Ritos funerários").
(10 de Novembro de 2007)

Sinopse:
Quem matou Rasputine? Que segredos foram enterrados com ele? A História dos últimos dias de Rasputine contados pela filha mais velha.

Depois de a fúria da Revolução Russa ter "varrido" Nicolau e Alexandra do trono da Rússia Imperial, foi criada uma comissão especial para investigar as "forças obscuras" que causaram a queda dos Romanov. A atenção centrou-se em Grigori Rasputine que, referenciado como "santo" e com poderes "sobrenaturais", esteve sempre muito perto do trono.
A comissão interroga então Maria, a mais velha dos filhos de Rasputine, que relata os dias de uma Rússia em tumulto, onde a poderosa influência de seu pai, preocupante para muitos, constitui uma verdadeira ameaça à sua vida. Enquanto crescem as conspirações contra ele, Maria debate-se com a verdadeira natureza de Rasputine - os seus desenfreados apetites carnais, as relações misteriosas com a imperatriz e os rumores de envolvimento em cultos religiosos secretos.
A Filha de Rasputine trata-se, no fundo, de um romance onde Maria revela como tentou (em vão) salvar o pai, quem realmente o matou e, sobretudo, os segredos perversos escondidos pelos assassinos.

A minha opinião:
Gostei de ler este livro especialmente pelo conteúdo histórico que ele apresenta. Convida-nos a entrar no mundo atraente de czares e do famoso Rasputine. Esta personagem misteriosa possui muitas mais facetas do que eu imaginava! De herói, a protector, visionário, milagreiro, fascinante, ignorante, simplório a promíscuo.
A personagem principal, a filha de Rasputine (Matriona Grigorevna Rasputine) é uma menina que ao longo do livro desperta para as complicações e conspirações da sociedade russa do seu tempo, ao mesmo tempo que lida com a controversa personalidade do seu pai.
Esta história é apresentada ao leitor como um inquérito a Maria sobre o que realmente aconteceu e quem de facto assassinou Rasputine. O que lemos é então o relato de Maria sobre os acontecimentos que levaram à destruição da sua família, dos czares e da Rússia.
Achei que a descoberta da identidade do assassino de Rasputine não foi nada empolgante. De facto,foi mesmo óbvio! E é este o ponto fraco deste livro.
(7 de Novembro de 2007)

quinta-feira

Sinopse:
Depois de Milu e Rantanplan, há que integrar o protagonista desta história no panteão canino.
Na senda de La Fontaine, Louis de Bernières escreveu uma fábula enternecedora com um protagonista inesquecível: um cão sem morada ou destino fixos, apaixonado pela liberdade e pelos espaços amplos, um nómada louco por aventuras que não gosta de vínculos ou constrangimentos. De facto, O Cão Vermelho está longe de ser um cachorrinho mimado; ele é fedorento, impulsivo, independente… e tem a característica muito especial de tocar as vidas de todos os que encontra no seu caminho.
Numa linguagem delicada e ligeira, Louis de Bernières pinta um retrato tocante, baseado num facto real (O Cão Vermelho existiu mesmo), cheio de personagens inesquecíveis e tendo por palco um cenário arrebatador – o da Austrália profunda.
Um terno romance de evasão que se recomenda aos leitores de todas as idades.
"No início de 1998 fui a Perth, na Austrália, com o objectivo de participar num festival literário. Previamente acordada estava também uma visita a Karratha, onde deveria integrar um jantar literário. Karratha é uma cidade mineira, no norte. Composta por vastas áreas de terra vermelha, rocha e mato, a paisagem é extraordinária. Imagino que Marte deve ser semelhante. Decidi explorar a zona e descobri uma estátua de bronze - o Cão Vermelho - nas imediações da cidade de Dampier. Senti imediatamente que tinha de desvendar o passado daquelecão fabuloso. Regressei alguns meses mais tarde e passei duas maravilhosas semanas a recolher histórias sobre ele evisitar os lugares por onde ele passara, escrevendo à medida que viajava. Espero que o meu gato nunca descubra que escrevi uma história em honra de um cão."


Críticas da Imprensa:
“O Cão Vermelho é de Bernières vintage, com abundante humor, compaixão e respeito.”
The Financial Times


“A curta e muito doce ‘biografia’ de De Bernières de um altamente cativante animal é de um deleite especial.”
The Observer

A minha opinião:
Um pequeno livro de bolso muito agradável de se ler. Retrata a história de vida de um cão que percorreu o Nordeste da Austrália e por toda a Austrália era conhecido. Um cão que era de todos e de ninguém.
Viajado, perfumado, carinhoso, teimoso e com muitas mais qualidades e defeitos o que o fez impossível de não ser amado!

Outras informações:

Quando o escritor Louis de Bernières esteve na Austrália, se deparou, na pequena cidade de Dampier, com a estátua de um cão; interessou-se tanto por sua história que acabou escrevendo um livro contando as aventuras de Red Dog, que costumava viajar — sozinho — pelo estado da Austrália Ocidental.
(31 de Outubro de 2007)

quarta-feira


Sinopse:
Josy, a filha de doze anos do famoso psiquiatra Viktor Larenz, desaparece em circunstâncias que permanecem um mistério e o seu destino é uma incógnita… Victor vê o seu mundo a desabar e refugia-se na casa de férias, na remota ilha de Parkum, no mar do Norte.
Quatro anos mais tarde, Anna, uma bela desconhecida, autora de livros para crianças, procura-o em auxílio. É uma mulher atormentada por alucinações e pesadelos, nos quais surge continuamente uma menina que desapareceu sem deixar rasto, tal como Josy…
Viktor começa a fazer terapia a Anna, que se vai transformando em dramáticas sessões de perguntas e respostas, onde a sua nova paciente vai revelando pormenores do desaparecimento de Josy que supostamente não devia saber…
Desenvolvimentos surpreendentes, de capítulo em capítulo, fazem de A Terapia de Choque um thriller psicológico intenso, de cortar a respiração e impossível de largar até que se conheça o desenlace final.

Críticas da Imprensa:
«A Terapia de Choque é um estonteante, surpreendente e notável thriller, onde até as páginas tremem de tanta tensão.»
Bild am Sonntag

«Sem dúvida, o mais envolvente e tortuoso thriller dos últimos tempos.»
Die Bunt

«Uma verdadeira montanha-russa de emoções e sobressaltos, de primeira qualidade.»
RTL


Excertos:
"[Juro] não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados."
Citação do juramento de Hipócrates, página 7

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"
Provérbio, página 7

"A distância que existe entre supor e saber é a mesma que existe entre a vida e a morte"
Retirado da página 53


Sobre o autor:
Sebastian Fitzek nasceu em 1971, em Berlim. Estudou Direito e é hoje Director e Partner da maior empresa de consultadoria da Indústria da Rádio, na Alemanha. Trabalha, também, como jornalista para várias estações de rádio e televisão.Sebastian Fitzek escreveu Die zehn gröbten Radiogeheimnisse («Os dez maiores segredos da rádio»), uma referência obrigatória no sector dos media. A Terapia de Choque é o seu primeiro romance, um verdadeiro sucesso que permaneceu no primeiro lugar de vendas na Alemanha, durante várias semanas.


A minha opinião:
EXCELENTE!!
Absolutamente excelente, intrigante, confuso, misterioso, palpitante,...
É genial!
Ao longo deste romance desconfiamos de tudo e de todos. Pensamos que lá por virarmos uma página ou lermos um capítulo teremos alguma luz sobre o assunto. Engano!
Mas afinal quem é esta Anna Spiegel que aparece e desaparece misteriosamente sabendo sempre mais do que o que deve?
Afinal quem matou Josephine e onde estará o corpo?
Será que Halberstaedt, o presidente da Junta, amigo da personagem principal à tanto tempo sabe de alguma coisa? Porque desconfia ele tanto de Anna? Quais as verdadeiras intenções de Halberstaedt ao dar uma arma a Victor? Seria ele capaz de alguma atrocidade?
Mas quem? Como? Porquê?
É absolutamente impossível desvendar a verdade sem ler o livro do princípio ao fim!
Depois de um ano de leituras assim-assim deparo-me com este livro de me arrebatar o fôlego! O melhor livro que li este ano, ultrapassando (no meu ranking pessoal) o livro da autora Torey Hayden, coisa que eu pensava ser impossível!
Extraodinário!
(30 de Outubro de 2007)

domingo

Sinopse:
Qual a relação entre Isaac Newton e uma série de crimes ocorridos na universidade de Oxford, em 2006? Mergulhe no mundo da alquimia, da ciência, da astronomia e do ocultismo num empolgante mistério que nos faz recuar 300 anos.

Na cidade de Oxford, uma jovem é brutalmente assassinada e, em lugar do coração, o assassino deixa uma moeda de ouro antiga. Vinte e quatro horas depois, outra jovem é morta e encontrada com uma moeda de prata no crânio vazio.
Laura, uma jornalista especializada na cobertura de crimes, e Philip, fotógrafo da polícia e pai da sua filha, envolvem-se na investigação destes crimes. Juntos descobrem que estes assassinatos são parte de um ritual que remonta ao século XVII e que envolve personalidades distintas, como Sir Isaac Newton, em busca da Pedra Filosofal.
Numa luta desesperada contra o tempo, Laura e Philip tentam evitar que o criminoso complete a série de assassinatos rituais, sem saberem que o último alvo pode estar demasiado próximo...
Equinócio é um thriller fascinante que atravessa séculos, desvenda mistérios da alquimia e da astrologia e aborda a demanda pela Pedra Filosofal.


Críticas da imprensa:
«Michael White consegue criar mistério de uma forma absolutamente original. A leitura deste livro irá, sem dúvida, exercer uma atracção mágica no leitor.»
Sydney Morning Herald

«Equinócio é um apaixonante encontro entre misticismo e crime… um romance cativante que nos faz olhar de uma maneira diferente a literatura.»
The Bookseller


Sobre o autor:
Possui uma página na internet- AQUI
Michael White foi músico profissional, professor de ciências, colunista, editor de ciência da revista GQ e consultor da série The Science of the impossible, do canal Discovery.
Membro honorário da Universidade de Curtin, no departamento de Investigação, vive na Austrália, com a mulher e os quatro filhos. Equinócio é o seu primeiro romance.


A minha opinião:
Este livro retrata Isaac Newton (de uma forma muito curiosa e com base em factos reais) e a sua demanda pela Pedra Filosofal, através da Alquimia, da ciência, da astronomia e do ocultismo. É a partir de Newton, dos seus actos e suas consequências, que uma autêntica bola de neve se forma até chegar ao seu culminar em 2006.
No início não senti este livro a 'agarrar' a minha atenção pois acho que, apesar da descrição dos incríveis assassinatos a acção tornou-se lenta, quase um arrastar de acontecimentos. O autor apresentava um acontecimento ou facto ficcionado e 'espremeu-o' ao máximo, só depois passando à acção seguinte. Mas achei muito criativa a relação entre os assassinatos e a astronomia.
No entanto, nas últimas páginas consegui gostar bastante da história, absorvendo-me a atenção por completo como um bom livro deve fazer. O segundo e último ponto negativo deste livro é que, na minha opinião, o mau da fita foi demasiado óbvio.
Apesar disto tenho que dizer que é uma leitura razoável. Não posso considerá-lo um bom thriller, mas sim um bom livro para entreter.
Um aspecto tremendamente positivo é a quantidade de factos reais presentes nesta ficção (alguns um pouco alterados como é obvio) e o cuidado que o autor, Michael White teve em explicar aos leitores certos pormenores num último capítulo chamado "Os factos por detrás da ficção". Fiquei atónita com o que aprendi através deste último capítulo!
(28 de Setembro de 2007)

quarta-feira

Sinopse:
"Uma farsa e um apólogo. Utilizando recursos novos em sua novelística - com a substituição das técnicas indiretas pela apresentação do material bruto: cartas, documentos oficiais, diálogos, justapostos num mesmo plano significativo - Mario Vargas Llosa constrói ao mesmo tempo uma esplêndida sátira e uma reflexão moral: Pantaleão, estrito cumpridor do dever, termina ao levar seu excesso de zelo às últimas conseqüências, por pulverizar a engrenagem e a criatura que ele próprio criara e colocara em movimento.
Concebido com uma perícia de mestre, Pantaleão e as visitadoras não só enriquece o peculiar e particular universo do autor: testemunha também a múltipla inquietude de suas explorações."

O jovem capitão Pantaleón Pantoja foi treinado para ser um dos mais eficientes oficiais do Exército peruano. Disciplinado, respeitador das hierarquias, estava preparado para enfrentar qualquer tipo de missão militar. Mas a tarefa que lhe foi designada superava todas as expectativas de um sério oficial de carreira: organizar um bordel na selva amazônica e amenizar a fome sexual da soldadesca que, no isolamento da mata, passara a violentar as mulheres locais, pondo em risco a reputação das Forças Armadas nacionais. Embora tivesse sempre aspirado a ser um herói de guerra, e não um cafetão das florestas, Pantoja aplica meticulosamente seus conhecimentos de estratégia e de logística na implantação do "serviço de visitadoras" - codinome para o lupanar equatorial. O problema é que nem a disciplina mais férrea foi capaz de evitar um envolvimento amoroso do capitão, perfeito pai de família, com a menina mais bela do "regimento".
Neste romance, Mario Vargas Llosa exibe mais uma vez a sua fantástica capacidade de contar histórias que têm ao mesmo tempo um pé bem plantado na realidade, e o outro, no delírio. No caso, o leitor pode se recordar das recentes investidas bélicas de um Peru em guerra contra o Equador, aqui solapadas por uma comédia erótica que desmonta qualquer pretensão de heroísmo.

A minha opinião:
Pantaleão e as Visitadoras é um livro cómico com muitas ironias pelo meio.
O capitão Pantaleón Pantoja, um militar exemplar, recebe uma missão de importância capital para sua pátria: criar um serviço de "visitadoras" para os soldados que, isolados em guarnições perdidas na transpirante Amazônia peruana, se estavam a transfor em violadores em série. Na organização desse 'organismo' de meninas, Pantita enfrenta alguns contras: a igreja tacanha, a imprensa sensacionalista e uma morena apelidada de Brasileira.
Um livro muito bem humorado que teve um senão: li-o em português do Brasil o que me dificultou um pouco a leitura.
(22 de Outubro de 2007)

segunda-feira

Sinopse:
Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada.
Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível.
Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria.
Desde a sua publicação, em 1980, o livro já vendeu 8 500 000 exemplares no Reino Unido e foi traduzido em 27 línguas, tendo sido um bestseller em vários países.


A autora:
Torey Hayden nasceu em 1951, em Livingston, Montana, nos EUA. Possui formação e uma longa experiência nas áreas da psicologia e educação e tem trabalhado sobretudo no ensino especial. A partir de 1979 começou a escrever as suas experiências como educadora, que deram origem a vários bestsellers. Mãe de uma menina, vive e escreve actualmente em North Wales, no Reino Unido. Possui uma página na internet.


A minha opinião:
Há tanta coisa que eu devia dizer sobre este livro. É a sua leitura é tão maravilhosa que me faltam palavras para traduzir o que senti ao lê-lo e mesmo o que sinto agora!
Nunca mais olharei da mesma forma para: travessões de criança, a obra "O Principezinho", ... m&m's (risos, risos...)
O que um gesto de amor e carinho, paciência e sinceridade podem fazer! É absolutamente incrível!
Este foi sem dúvida, até agora, o melhor livro que li este ano!
(21 de Outubro de 2007)

sexta-feira

Sinopse:

Autora nomeada e finalista do NATIONAL BOOK AWARD. O lugar para onde fugimos quando todas as paredes desabam sobre nós, é muitas vezes exactamente o que temos que rejeitar para poder sobreviver. Quando a culpa nos persegue, a vingança parece esconder-se em todas as sombras.

Danny era um jovem popular e promissor. Howie era obeso, solitário e objecto de chacota. Os dois primos ficaram marcados na adolescência por uma brincadeira com consequências trágicas que mudou as suas vidas para sempre. Principalmente a da vítima, Howie. Vinte anos mais tarde, Howie pede ajuda a Danny para restaurar um castelo na Europa de Leste. Aparentemente os papéis inverteram-se: o popular Danny é agora um desempregado a fugir de cobradores a quem nunca devia ter pedido dinheiro. E Howie é um excêntrico milionário da alta finança que sonha criar o mais invulgar retiro alguma vez imaginado. O castelo, agora em ruínas, é um lugar afundado numa herança de sangue e orgulho, invocando todos os elementos do gótico: um lago, catacumbas secretas, uma velha baronesa e uma torre misteriosamente intacta...
Após a sua chegada, Danny começa a perceber que cometeu um erro terrível: aquele refúgio perfeito transforma-se no único lugar de onde se devia manter afastado para sobreviver. Num ambiente de total paranóia, a ruína torna-se no cenário ideal para a derradeira vingança de Howie. Desta vez, uma brincadeira com resultados ainda mais catastróficos.
Enquanto isso, um homem cujo nome desconhecemos encontra-se numa prisão de alta segurança por ter cometido um crime misterioso. Na sua cela, escreve uma história inesquecível: a de dois primos que se reencontram vinte anos mais tarde para restaurar um castelo em ruínas na Europa de Leste...


Críticas da imprensa:
"Nesta novela Neo-gótica, Egan mostra que a imaginação é a maior de todas as drogas. Uma lufada de ar fresco na literatura contemporânea."
The New Yorker

"A Ruína, está a conseguir maior atenção da imprensa mundial do que o seu anterior livro, finalista do National Book Award."
Bookmarks Magazine

"Uma novela assim tão atrevida faz-nos pensar num dos mistérios mais tenebrosos. O mistério da percepção e da incerteza: onde começa a imaginação e termina a realidade... ou onde se cruzam?"
The Los Angeles Times

"Egan é uma escritora excepcional e inteligente. Umas das vozes mais interessantes da literatura contemporânea."-The Washington Post
"Visionário, hiper-realístico! O poder criativo de Egan em velocidade cruzeiro. A Ruína lê-se como Kafka, Calvino ou Poe, onde o absurdo cruza o surreal."-Elle
"Cativante. Ao terminarmos a leitura ficamos espantados com o quão real ela tornou este livro... perturbante, fantástico... credível."
The Oprah Magazine


A autora:
Jennifer Egan nasceu em Chicago e cresceu em San Francisco.
Frequentou a Universidade de Pennsylvania e o St John's College em Cambridge.
Nota:
Este livro, cujo título original é "The Keep" tem uma página na internet.


A minha opinião:
Esta sinopse leva ao engano do leitor. Enganou-me e bem! Eu a pensar que ia ler um fantástico thriller e eis que surge algo completamente diferente.
A história do castelo e dos dois primos foi por vezes contagiante e envolvente, mas de repente vemos que nada desta história é real! O que eu pensava que era o enredo principal torna-se de repente em algo secundário, e o verdadeiro enredo principal o que é na verdade real vais-se revelando aos pouquinhos.
A realidade é que um homem, de seu nome Ray e que está preso por ter morto um homem, está a escrever a história dos dois primos e da renovação de um castelo em hotel.
Mas tenho que confessar que por vezes a leitura torna-se um pouco estagnada e tive mesmo de fazer um esforço para continuar. Mesmo assim gostei muito mais do enredo secundário do que o correspondente à realidade. Isto deve-se com toda a certeza à minha veia de romântica que ficou muito insatisfeita no fim.
(19 de Outubro de 2007)

quinta-feira



A minha opinião:
Dianne sempre amou Allan McIntosh, mas casou-se com o irmão dele, Tim.
Dianne e Tim casam-se e Dianne engravida deixando o jovem casal feliz. Mas o futuro reserva-lhes uma dramática e triste surpresa.
Num exame de rotina, Dianne, ainda grávida, descobre que o bebé que cresce dentro de si tem graves problemas. Ao saber deste facto Tim tenta convencer Dianne a abortar mas ao ver que não consegue convencê-la, foge para o mar onde luta para ser o melhor lagosteiro da zona e conseguir deixar o passado para trás. Apesar de Dianne não conseguir ultrapassar este abandono de Tim, resolve ter o bebé e as piores previsões confirmam-se. A bebé - Julia - nasce com espinha bífida e síndrome de Rett, uma doença semelhante ao autismo.
Apesar da dor e óbvias dificuldades Dianne consegue criar Julia com o apoio de duas pessoas que a amam profundamente: Lucinda, a sua mãe, e Allan que se torna médico de Julia.
Na altura em que Julia tem onze anos surge uma nova personagem - Amy -, uma menina de doze anos com um profundo dilema familiar e que vai conquistar o coração de todos, especialmente o de Julia, tornando-se grandes amigas.
Um romance lindíssimo com um único senão: está editado em português apenas pelas Selecções do Livro e durante a leitura torna-se demasiado evidente os saltos na história.
Um livro que, na minha opinião, merece ser editado em português e na sua totalidade por uma editora!

A autora:

Luanne Rice

domingo


Sinopse:
Uma obra-prima do gótico sexual, esta é a história de Andrew Halfnight, cuja vida, parte sonho, parte pesadelo, começa com uma escolha trágica feita por uma mãe e acaba num abraço de amantes. Pelo meio, atravessa tempestades no mar, na terra e na mente; parentes que matam por amor e amantes que sacrificam os seus corpos; enquanto isso, Halfnight vai chegando cada vez mais perto do seu mistério e do mistério de toda a existência.
O livro remete-nos, afinal, para o enorme medo e fascínio que as mulheres inspiram ao personagem desta obra. São como sonhos invisíveis, como fadas ou soldados, como casas onde à noite recolhemos para descansar. E atrás delas escondem-se sempre os seus desígnios, os seus afectos e perversões.
O autor tem o dom de contar histórias, e mais do que isso, tem um óbvio prazer em fazê-lo. O primeiro toque de clarim contra o monstruoso regimento das mulheres, apesar de ser uma narrativa única está semeada de pequenas fábulas e parábolas que envolvem o protagonista e os que o rodeiam e que tornam o livro irresistível. Os cenários são fulgurantes e bem se pode dizer que Eric McCormack nos deixa presos ao terror que há-de vir e à bizarria dos próximos acontecimentos. O convite é para sentar, abrir o livro e descer ao pântano das memórias.

Excertos:

"- É uma coisa que não tem fim - disse ele. - Descobri isso muito cedo. Estamos rodeados por um oceano de livros. Podes andar de porto em porto sem nunca lançar âncora à mesma terra."
Retirado da página 58

"- Todos os livros são livros úteis - dise ele, olhando à volta do camarote. - No meu modesto entendimento, nenhum livro merece ser lido se não prestar qualquer tipo de informação ao leitor, nem tiver qualquer uso prático."
Retirado da página 60

"(...) Tentava não considerar as consequências de tudo aquilo: a única pessoa nesta ilha negra e remota que parecia preocupar-se comigo era um monstro. Mais uma vez, tinha a sensação terrível de que a minha vida estava desmoronar-se."
Retirado da página 96

A minha opinião:

A sinopse deste livro vai afastar muitos leitores que iriam adorar ler este livro, como eu adorei. Qualquer pessoa que goste de um bom romance tem de ler esta maravilha! Já há muito tempo que um livro não me surpreendia tão positivamente!
Penso que o seguinte excerto, retirado da página 220, traduz a maioria do enredo:
"As palavras saíam-me como brasas quentes que eu cuspia tão depressa como podia. Falei sem parar. Fui direito ao princípio da minha vida e falei-lhe do meu nascimento e da morte da minha irmã, da morte do meu pai, dos momentos finais da doença da minha mãe; falei-lhe sobre a minha viagem para St. Jude a bordo do Cumnock e da minha amizade com Harry Greene; contei-lhe sobre St. Judee sobre o assassínio do meu tio Norman perpretado pela tia Lizzie; falei-lhe sobre a minha estada na Casa da Misericórdia e de como tinha vindo viver para o Canadá; falei-lhe sobre os meus anos de tranquilidade, depois sobre os pesadelos que me levaram a ir à mansão particular, sobre o meu caso com Amber Tristesse; falei-lhe sobre a luta travada com o corpúsculo, sobre a minha viagem até ao motel nas montanhas; falei-lhe sobre a minha experiência com aquela mulher; disse-lhe que tinha sido a experiência mais maravilhosa pela qual alguma vez tinha passado.
Mas quando cheguei ao episódio do meu acidente, disse que não conseguia lembrar-me de nada."
Desta história maravilhosa só falta contar que um antigo amor reaparece quando já tudo parecia acabado dando um novo fôlego ao nosso Andrew. É este amor que o vai reconfortar e libertar de todos os pesadelos, fantasmas e traumas do passado, fazendo com que ele faça as pazes com a pessoa que se tornou. É também através deste novo amor que Andrew Halfnight nos reserva a nós, leitores, uma última e inesperada surpresa.
Gostei muito deste livro! A recomendar!
14 de Outubro de 2007

Sinopse:
"«Depois da projecção do filme, ela chega para um debate. Naquela altura era moda, os realizadores virem falar com o público, era preciso fazer debates. Quero comprar um ramo de flores enorme. Não tenho coragem. Tenho vergonha. Como oferecer as flores perante um sala cheia, como afrontar os sorrisos, as graçolas e as roçazinhas? Não compro flores. Levo no bolso o Détruire, dit-elle. Tenho esperanças de um autógrafo. As luzes reacendem-se. E ela está ali.»
Yann Andréa bateu à porta de Marguerite Duras no Verão de 1980, em Trouville, depois de lhe ter enviado inúmeras cartas durante cinco anos. Desde então, nunca mais se separaram. Dezasseis anos de vida em comum entre um «monstro» da literatura e o seu amante, o último, o preferido. Entre eles houve Aquele Amor, que Yann Andréa procurou perpetuar para além da morte."

Comentário:
Quando Yann Andréa bateu com os olhos no nome Duras foi para sempre. Foi no princípio da década de 70, ao encontrar, no apartamento do liceu, a obra Os Pequenos Cavalos de Tarquínia. Leu e releu todos os seus livros, leu intensamente todas as palavras. Na primeira vez que a viu, em 1975, teve a confirmação de que nunca mais a deixaria. Escreveu-lhe cartas atrás de cartas, até que, em 1980, ganhou coragem e bateu à sua porta em Trouville. Desde aí, nunca mais se separaram. Viveram 16 anos em comum até ao último suspiro do grande "monstro" da literatura. É essa história de paixão e obsessão que Yann Andréa resolveu tornar pública, num livro que retrata aquele amor e que pretende ser a sua derradeira carta de amor a Marguerite Duras.

Excertos:
"Continuo em ter dificuldade em dizer a palavra. Não conseguia dizer o nome dela. Só escrevê-lo. Nunca conseguí tratá-la por “tu”. Por vezes ela teria gostado. Que eu a tratasse por “tu”, que a chamasse pelo seu nome. Não me saía da boca, não conseguia. (...) E essa impossibilidade de a chamar pelo nome, acho que vem disto: primeiro li o apelido, olhei para o apelido, o nome e o apelido. E esse nome encantou-me imediatamente. Esse pseudónimo literário. Esse apelido emprestado. Esse nome de autor. Esse nome agradava-me simplesmente. Esse nome agrada-me infinitamente (...)
Sou um leitor. O leitor primordial, visto amar todas as palavras, integralmente, sem qualquer contenção. E esse nome de cinco letras, DURAS, amo-o absolutamente. Caiu-me em cima. Nunca mais a deixei e não a consigo deixar. Nunca. E ela também não."


"Você morreu a 3 de Março de 1996 às 8 horas e 15, na sua cama, na rua Saint-Benoît. Eu não vim. Deixei-a. Você morreu. Eu não. Eu fiquei cá e estou aqui a escrever-lhe. E isto fá-la rir: mas por quem é que ele se toma, por um escritor, esta agora. Você ri. E diz: não tem mais nada para fazer, só escrever, não interessa o quê, continue, tem um tema maravilhoso, um tema de ouro, sou eu que lho digo, vá, pare de se armar em parvo, escreva, não vale a pena matar-se, não se faça de imbecil.
Qual é o tema.
E então aparece o sorriso. A sua cara torna-se numa cara de criança, uma criança que sabe, que sabe tudo na inocência perfeita de um ser inaudito. Nesse sorriso da cara toda, da cabeça toda, do espírito todo, do coração todo, poder-se-ia dizer, você diz: o tema sou eu."

"Se calhar não devia ter dormido, se calhar devia tê-la ouvido mais, estar mais presente, amar mais, nunca o fazemos o suficiente, não podemos imaginar que o último dia está muito próximo, não podemos porque você fala noites a fio, deveríamos, sim, fazer mais, mas o quê, inventar uma espécie de amor ainda maior do que aqueles livros, mas como fazê-lo, como é possível. Certas noites eu queria dormir e dizia-lhe para se ir embora, para ir para o seu quarto, sozinha perante a morte, certas noites já não aguentava mais, mandava-a embora, fazia-o e nunca uma queixa, ia para o seu quarto furiosa à espera de morrer. No dia seguinte voltava.
Estamos sozinhos fechados neste apartamento da rua Saint-Benoît. Esperamos pelo último dia. Só sabemos isso."

A minha opinião:
Esta é a última e derradeira carta de amor desta relação intensa e tempestuosa. Uma tentativa de expressão dos acontecimentos e sentimentos sentidos por Yann Andréa aquando da sua relação com a grande escritora Marguerite Duras. Uma expressão algo caótica de descrições e expressões.
Achei muito interessante este ponto de vista em primeira mão de um relacionamento amoroso com uma autora conhecida mundialmente, mas por vezes senti que o autor era um pouco melodramático demais ao retratar-se como o pobre coitadinho à mercê das vontades de uma mulher confiante e poderosa no seu mundo.
Talvez por ter iniciado a leitura deste livro com elevadas expectativas eu própria tenha ficado insatisfeita com o que o livro me transmitiu. Emboa não possa, de maneira alguma, diminuir a extrema beleza de algumas frases (ver excertos).
(6 de Outubro de 2007)
"«Passei um cheque, meti-a debaixo do casaco (...) e levei-a para casa. Tina encontrado o meu exemplar de cão-de-água. É claro que, bem no íntimo, sabia que era precisamente o contrário. Aquela cadela tinha-se deixado estar muito sossegada (...) na jaula, unicamente à cata de pais. Tinha-me encontrado a mim!»"
E assim principia o grande romance de amor entre a linda cadela que era Josephine e a sua dona, uma famosa escritora americana. É claro que em todas as relações amorosas há sempre um parceiro que domina. A autoridade de Josephine nem por um momento foi posta em causa. Até o marido de Jacqueline foi obrigado a render-se aos encantos da Josephine...

No estilo extraordinariamente vivo e espirituoso que fez dos seus livros autênticos êxitos internacionais, Jacqueline Susann dá-nos com esta obra uma outra faceta do seu talento de grande escritora.
Na diversidade do tema, o leitor não deixará de reconhecer, contudo, a capacidade de expressão manifestada em «Uma vez não basta» e «O vale das bonecas» (nº 132 e 140 desta colecção)."

A minha opinião:
Uma escrita bem-humorada sobre as peripécias de uma cadela cão-de-água (Josephine) e a sua dona, a escritora Jacqueline Susann.Gostei muito de relaxar a ler e rir de certos acontecimentos pelas quais elas passaram...
Uma leitura extremamente leve, ideal para desanuviar a cabeça.
(4 de Outubro de 2007)
Manaka e Hiroshi conhecem-se desde pequenos. Cresceram juntos, tornaram-se cúmplices, confidentes e casam-se ainda muito jovens. O seu amor foi construído sobre um passado em comum, mas as suas personalidades são muito diferentes. Manaka é serena e vive o seu jardim de forma profunda e meditativa, enquanto Hiroshi continua assombrado por traumas familiares. Hiroshi sofre a perda do avô e o casal decide então partir numa segunda lua-de-mel para a Austrália, uma viagem que lhes vai reservar surpresas, reencontros inesperados e a forte magia dos pequenos nadas. Banana Yoshimoto envolve o leitor no romance de dois jovens cujo amor e inocência vai chocar com as mais torpes manifestações do género humano.

Sobre a autora:
Yoshimoto Mahoko nasceu em 1964, filha de Yoshimoto Takaaki, aka Ryumei, provavelmente o filósofo e crítico mais importante e influente, que emergiu nos anos 60.
Além de ter um pai famoso, a sua irmã, a cartoonista Haruno Yoiko, é também uma figura pública.
Yoshimoto cresceu numa família liberal, de esquerda e com significativamente mais liberdade que uma típica jovem japonesa. Ainda durante o liceu, Yoshimoto foi viver com o namorado.
Depois de terminar a licenciatura no departamento de Literatura, do Nihon University's Art College, Mahoko adopta, deliberadamente, o pseudónimo andrógino Banana e começa a escrever de forma convicta. Escreve os seus primeiros livros enquanto trabalhava como empregada de balcão em Tóquio.
Uma das maiores influências na sua escrita, tanto em estilo como conteúdo, é o trabalho de Stephen King (particularmente nas histórias que não são de terror), do qual é admiradora. Mais tarde procurou inspiração também em Truman Capote e Isaac Bashevis Singer.

Excerto:
"Um processo de cura é bonita de se ver. Assemelha-se à mudança das estações. As estações nunca mudam para melhor. Simplesmente, seguindo um curso natural, as folhas caem e voltam a crescer, o céu fica mais azul e mais profundo. Do mesmo modo, podemos estar muito mal a ponto de pensar que é o fim do mundo, mas quando esta condição começa a mudar gradualmente, sem que tenha acontecido algo de particularmente bom, sentimos uma força enorme.
(...) O sofrimento, seguindo o mesmo percurso que fez ao vir, desaparece com indiferença.
O caminho de Hiroshi, desde que o avô começara a adoecer até agora, parecia-se muito com isso."
Retirado das páginas 93 e 94

A minha opinião:

Este livro retrata uma bela história de amor entre dois jovens que foram criados juntos - Manaka e Kiroshi.
Enquanto que Manaka sempre foi amada e protegida pelo pai e pela madrasta (com os quais vive) e ainda pela sua mãe (que vive em Brisbane, Austrália) Hiroshi provém de um meio familiar complexo. Foi abandonado pelos pais (que foram para a América atrás do culto de uma seita religiosa)e criado por um avô cuja saúde débil fez com que Hiroshi se sentisse permanentemente em pânico perante a hipótese de não estar com o avô quando este viesse a falecer.
Este constante peso sobre os seus ombros fez com que Hiroshi se tornasse num jovem tímido, reservado e assombrado por sentimentos totalmente contrários aos sentidos durante a chamada idade da inocência.
Pelas páginas deste livro assistimos à temida morte do avô de Hiroshi e toda a mutação psicológica que este passa, e para isto irá contribuir e muito uma viagem até à Austrália.
É com esta viagem que Manaka descobre a verdadeira razão da separação dos seus pais, um segredo à muito ocultado e que surge como uma surpresa. E é ainda com esta viagem que Hiroshi revela a totalidade dos horrores que o assombram, libertando-se de vez de todos estes negros segredos.
É esta viagem que fará com que dois atravessem por um processo de confissão e libertação sentimental o que os unirá definitivamente com um casal preenchido de amor. Esta viagem é então uma verdadeira LUA DE MEL...
Escusado será dizer que gostei muito de ler este livro!
(30 de Setembro de 2007)

sexta-feira

Um livro de banda desenhada absolutamente hilariante!
Trata-se de um livro da saga de Cathy que tem todo o humor e argúcia a que a autora já nos habituou.
Desde 1976 que esta autora, Cathy Lee Guisewite, faz muita gente sorrir e rir com a sua personagem Cathy. Esta personagem principal apresenta-se como características e questões que tanto são hilariantes como fortalecem esterótipos negativos sobre a Mulher.
Em "Os homens deviam vir com livro de instruções", Cathy Guisewite, retrata o "dilema" das relações entre um homem e uma mulher, com todas as aventuras e desventuras que aí pode advir.
Um livro para descontrair, rir e relaxar.


Cliquem nas imagens para aumentar.
(28 de Setembro de 2007)
Malásia, final dos anos trinta: A história de um homem, contada por três olhares diferentes: o filho, a mulher e o melhor amigo…
A busca da verdade sobre o seu carácter, integridade e heroicidade.


A Fábrica das Sedas é a loja de têxteis gerida por Johnny Lim, um camponês de nacionalidade chinesa que vive na Malásia rural, na primeira metade do século vinte.
É a estrutura mais imponente da região, e aos olhos dos habitantes do Vale Kinta, Johnny Lim é um herói – um comunista que lutou contra os Japoneses quando estes invadiram o país, disposto a sacrificar a vida pelo bem do seu povo. Mas para Jasper, o filho, Johnny é um vigarista e um colaborador que traiu o povo que fingia servir e a Fábrica das Sedas não passa de uma fachada para os seus negócios ilegais.
Centrando-se em Johnny a partir de três perspectivas – a do filho já adulto; da esposa, Snow, a mulher mais bela do Vale Kinta; e do seu melhor e único amigo, um inglês sem eira nem beira chamado Peter Wormwood – o romance revela a dificuldade de conhecer outro ser humano e como as suposições que fazemos dos outros determinam quem somos.
Joseph Conrad, Somerset Maugham e Anthony Burgess moldaram as percepções que temos da Malásia. Agora, com A Fábrica das Sedas, temos uma voz malaia autêntica que traça um novo mapa desta paisagem literária. Através do seu exame de um carácter envolvente, misterioso e grandioso, Tash Aw proporciona-nos um olhar requintadamente escrito para outra cultura num momento de crise.

Outras Opiniões:
«Um encantador mosaico narrativo… uma escrita fascinante e de rara beleza… A história contada por Tash Aw é impiedosamente viciante e lúcida.»
The Times

«Tash Aw é uma das mais formidáveis e exóticas vozes a emergir na cena literária mundial nos últimos anos.»
Daily Mail

«Um grande livro escrito numa linguagem fluida. Apesar da complexidade da estrutura, a história é formidável e profundamente encantadora.»
The Evening Standart

«Um rico, delicado e intenso primeiro romance situado na Malásia… A força da escrita de Tas Aw está presente de uma forma subtilmente distinta nas três vozes da história. De leitura obrigatória.»
The Times Literary Supplemmet

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Este livro possui uma beleza inaudita em termos de descrição de ambientes. Somos automaticamente transportados no tempo (primeira metade do século XX) e no espaço (Malásia), com uma facilidade tremenda.
A beleza deste livro consiste, para mim, na fácil visualização de ambientes sociais e naturais, personagens e mesmo estados psicológicos, enquanto lia.
Apesar de ter lido as primeiras 142 páginas (dedicadas ao frio e hábil relato do filho de Johnny, chamado Jasper) num ápice, a minha velocidade de leitura foi gradualmente diminuindo tal foi a mudança de escrita (testemunho de Jasper, o filho de Johnny, para o testemunho de Snow, a bela e enigmática mulher de Johnny) e, de certo modo, de foco do enredo. Passei da leitura das descrições das terríveis e temíveis peripécias da vida de Johnny para o relato de uma viagem ao desconhecido (uma busca de umas ilhas misteriosas que apenas aparecem devido à posição do sol, chamadas as 7 donzelas). É através deste relato que se passa da concentração de uma personagem - Johnny - para o enfoque na dinâmica de relações de todos os intervenientes desta viagem: Johnny, Snow, Peter, Frederick Honey e Kunichika Mamoru. O que no início parecia uma alegre e descontraída viagem revela-se numa deslocação de interesses e intrigas que, inevitavelmente, terão as suas consequências: a quase concretização de uma violação, uma morte que nas últimas páginas do livro se revela em assassínio e a eficácia de um ataque militar.
Um livro cuja mais valia é a evidência de que somos o que os outros pensam de nós. Pois como uma personagem disse: "A morte apaga todos os vestígios da vida que existiu em tempos, completamente e para sempre." E sendo que a morte apaga todos os vestígios da nossa vivência, o que fica de nós é a recordação de um falso EU na memória de outras pessoas. Permanecemos apenas nas memórias dos outros.
(28 de Setembro de 2007)

domingo

"E se o espaço se deslocasse e o tempo se desdobrasse e pudéssemos falar cara a cara com as pessoas que fomos no passado, com as pessoas que somos em tempos de vida paralelos, em mundos alternativos? O que lhes diríamos, que lhes perguntaríamos?
Em UM. Richard Bach conta a viagem feita com a mulher, Leslie, a reinos onde a sobrevivência depende da sua capacidade de descobrirem o que outros aspectos de si próprios aprenderam ao longo de caminhos por onde nunca enveredaram, onde a imaginação e o medo são instrumentos para salvar mundos e para os destruir, onde morrer é um passo para se ultrapassar a morte."

"Não dê as costas a possíveis futuros antes de ter certeza de que não tem nada a aprender com eles."

"O que a lagarta chama de fim do mundo, o homem chama de borboleta."
Frases da autoria de Richard Bach

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Esta foi a minha primeira leitura de um livro deste autor, Richard Bach. Como não sabia com o que contar, esta leitura foi uma autêntica surpresa!
Achei interessante 'acompanhar' o autor na sua viagem através do tempo, possibilitando-nos um pequeno vislumbre do que fomos no passado e a maneira como vivenciaremos o futuro...
Uma leitura interessante de um livro que se lê muito bem.
(16 de Setembro de 2007)

"Two sisters... separate lives... one family that binds them together forever.

Emma and Joan are two daughters of the Lew family, coming of age during and after the turbulent years of World War II. Beautiful elder sister Joan hopes for a tradicional family life, but through a series of troubled relationships begins a career as a Chinese film actress.

Emma, inspired by the independence of her Aunt Go, sets her sights on an artistic life in San Francisco, only to find further solace back in Hong Kong.

In the tradition of her previous, acclaimed novels, Gail Tsukiyama creates a moving memorable story of women's experiences in Chinese culture."

"In a novel that focuses on the bonds between women and how the pull of individual destinies shapes their lives, Tsukiyama conveys the sights, sounds, and smells of a privileged Hong Kong as well as the hardships following the war. Sisters Emma (younger) and Joan (older) Lew grow up in Hong Kong with a mother determined to make a good marriage for Joan; their fiercely loyal yet enigmatic family cook, Foon; successful Auntie Go; and a mostly absent father. When World War II makes life in Hong Kong impossible, they move to Macao, where Emma finds a lifelong friend. Upon their return to Hong Kong, Auntie Go must rebuild her business; Emma feels more strongly than ever that she is meant to see the world; and Joan, not having found the love of her life, turns to acting in the Hong Kong film community. Emma departs for college in San Francisco, but she is never without the support of Auntie Go and Joan, who finds true fulfillment in her new life. "

In amazon

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A simple an intricate story about how the World War II could affect peoples lives. A simple family that starts to live the consequences of a war and the choices that two sisters make in their lifes... A story of surviving, love, and friendship... A story of a family!

(14 de Setembro de 2007)