segunda-feira

Agora, por uns tempos e para arejar prateleiras e ideias, resolvi mudar a morada do registo das minhas leituras.
Não quer dizer que este blog tenha morrido, nada disso! Digamos apenas que está em hibernação ;-)
Podem agora espreitar aqui as minhas leituras e opiniões:

quarta-feira

Sinopse:
É a comovente história do menino Zezé, de seis anos, pobre, inteligente, sensível e carente de afeto que não encontra na família, o endiabrado garotinho sai pelas ruas fazendo mil travessuras.
Aprende tudo sozinho, é o "descobridor das coisas". Descobre a ternura é o carinho no amigo "Portuga". Inventa para si um mundo de fantasia em que o grande confidente é o Xururuca, o pé de Laranja Lima. Mas a vida ensina-lhe tudo cedo demais, e Zezé descobre o dor e a saudade. "Por que contam coisas às criancinhas?"

"O leitor vai encontrar a história comovente do menino Zézé, de seis anos, um rapaz pobre, inteligente, sensível e carente. Com a falta de afecto que não encontra na família, o endiabrado rapaz vai pelas ruas fazendo mil travessuras. Zézé aprende tudo sozinho, é o "descobridor das coisas". Descobre a ternura e o carinho no amigo "Portuga". Inventa para si um mundo de fantasias em que o grande confidente é Xururuca, o pé de Laranja Lima. Mas a vida ensina-lhe tudo demasiado cedo, e Zézé descobre o que é a dor e a saudade"
Excerto:
"- Olhe Titio, quando eu era pequenininho eu achava que tinha um passarinho aqui dentro e que cantava. Era ele que cantava.
(...)
- Vou explicar para você, Zezé. Sabe o que é isso? Isso significa que você está crescendo. E crescendo, essa coisa que você diz que fala e vê, chama-se o pensamento. O pensamento é que faz aquilo que uma vez eu disse que você teria logo...
- A idade da razão?
- Bom que você se lembre. Então acontece uma maravilha. O pensamento cresce, cresce e toma conta de toda a nossa cabeça e nosso coração. Vive em nossos olhos e em tudo o que é pedaço da vida da gente.
- Sei. E o passarinho?
- O passarinho foi feito por Deus para ajudar as criancinhas a descobrirem as coisas. Depois então quando o menino não precisa mais, ele devolve o passarinho a Deus. E Deus coloca ele em outro menininho inteligente como você. Não é bonito?"
Excerto das páginas 67 e 68
A minha opinião:
Uma leitura absolutamente maravilhosa que me fez chorar imenso.
Um livro que toda a gente, em qualquer idade, deve ler.
Maravilhoso!
1 de Janeiro de 2008

segunda-feira

Sinopse:
De pés descalços, vestida apenas com uma camisa manchada de sangue, Sylvie de Valaines, de 4 anos, erra pela floresta de Anet numa noite. A sua família acaba de ser assassinada, talvez por ordem do cardeal de Richelieu, com o objectivo da recuperação de determinadas cartas comprometedoras. O príncipe de Martigues, um dos netos de Henrique IV, recolhe-a, levando-a para o Castelo de Anet.
Sylvie torna-se dama de honor da Rainha Ana de Áustria, e irá partilhar, sem o saber, o segredo mortal do nascimento do futuro rei Luís XIV. Vai ter de enfrentar o Rei Luís XIII, o cardeal de Richelieu e também o misterioso e sádico assassino da sua mãe.


A minha opinião:
Gostei muito de ler este livro.
Apesar de este mês não ter sido dos melhores para leituras, este foi um livro que adorei saborear as páginas.
Uma história bem contruída e bem contada com muito mistério, amor e outros condimentos literários que nos sabem sempre bem.
Fiquei em pulgas para saber a continuação deste enredo.
(28 de Dezembro de 2007)

quarta-feira

Sinopse:
Uma adorável lenda local, Copper não era um cão vulgar.
Por vezes descarado mas sempre encantador, carismático e com uma propensão para arranjar sarilhos, este sábio rafeiro — ou cruzado, como ele preferia — teve uma vida impressionante. A sua notável luxúria e a curiosidade canina levaram-no a viajar por todo o lado, por vezes de autocarro com a gata Jessie, parando nos seus pubs favoritos ou perseguindo incautos corredores no parque — um passatempo que quase acabou com a sua vida.
Neste livro delicioso, Copper conta as suas assombrosas aventuras, as idas e vindas, os amores e as perdas — e, claro, como é a vida na alta sociedade.
Esta é a divertida e comovente história de Copper: a história de um verdadeiro herói canino.
Annabel Goldsmith é a filha do 8.º Marquês de Londonderry. Vive em Ham Common rodeada por seis cães e numerosos netos.

A minha opinião:
Devo dizer que ao ler as primeiras páginas não estava a gostar lá muito pois a história era contada pelo próprio Copper que nos relata como foi a vida dele. Mas depois, a história tem tantos atractivos que esta leitura agarrou-me e mostrou-me quanto é difícil a vida de um cão... ou que pode ser tão boa...
Gostei. Não é nenhuma obra primordial mas é muito relaxante e divertido ler este pequeno livro. Um excelente livro para se oferecer agora, por volta do Natal.
(18 de Dezembro de 2007)

segunda-feira

Sinopse:
Joseph O'Loughlin aparenta ter uma vida perfeita: uma mulher bonita, uma filha afectuosa e uma carreira bem-sucedida como psicólogo clinico. Porém, até a existência mais irrepreensivel pode, num abrir e fechar de olhos, desmoronar-se. Para tal basta uma rapariga assassinada, um jovem perturbado e a maior mentira da sua vida.
Quando uma jovem mulher é encontrada morta junto a um canal londrino com várias facadas - todas auto-infligidas - a policia pede ajuda a Joe. Será um caso de homicidio ou de suicidio? Qem é a vitima? Relutantemente, Joe concorda em ajudar. O corpo vandalizado que lhe é mostrado na morgue é afinal de uma pessoa que ele conhece: Catherine Mary McBride, enfermeira e antiga colega...
Enredado numa complexa teia de enganos e obcecado por imagens da rapariga assassinada, Joe embarca numa demanda que o levará de Londres a Liverpool e até aos recessos mais tenebroos da mente humana. Por fim, arriscará tudo para desmascarar o assassino e salvar sua familia.
A minha opinião:
Andei literalmente a arrastar as páginas deste livro. Não o achei nada emocionante como esperava e devo dizer que me desiludiu bastante.
As personagens não tem qualquer profundidade psicológica e pareceu-me que o escritor deixou a criação deste livro apenas na superfície. Este enredo tinha ainda muito para dar se fosse bem explorado.
Acho que o li numa altura má. Ainda passou pouco tempo deste que li o "Terapia de choque" que tanto me absorveu e posso estar a comparar este livro com o outro que referi. Não sei...
(2 de Dezembro de 2007)

domingo


Sinopse:
Um pequeno livro mas de uma beleza absolutamente estonteante.
Com fotografias de Albane Chotard Moreno e textos de Gonçalo M.Tavares, Jacinto Lucas Pires, Pedro Mexia e Rui Zink, este é um livro artístico que encanta qualquer pessoa. Um objecto de deleite, prazer, contemplação e leitura.

Excerto:
"Um poeta educado intelectualmente para não pensar demasiado enquanto escrevia versos atrasou-se tanto que a noite chegou ainda a folha do caderno permanecia ameaçadora.
De noite os sentimentos, porventura, sendo coisas físicas, procurarão dentro do organismo individual - com mais dificuldade - os melhores caminhos que dêem acesso ao coração, e se nada inluminar os seus passinhos bruscos como poderão eles depois encontrar uma forma de se exprimir cá fora, por intermédio desse rude e limitado alfabeto, dessa invenção grotesca que transformou desenhos - percurços de traços - em rituais que pensam? Se as letras conseguem exprimir todas as nossas emoções, então o que fazer com as mãos?
Mas voltemos ao essencial: chegara a noite, ou o corpo conseguira alcançá-la (quem anda: o corpo ou o tempo?), a noite e o corpo, digamos então assim, haviam-se encontrado, como numa coincidência já prevista, e o poeta só sentira; de baixo a cima:sentimentos (sem dúvida: um catálogo de emoções), porém na folha: nada, nem uma palavra. Nem sequer uma rosa."
de Gonçalo M. Tavares

(2 de Dezembro de 2007)

sábado


A minha opinião:
Este livro traz duas histórias e foi o meu primeiro contacto com este autor alemão.
A primeira história tem como título "As máscaras do amor" e conta a história de um casal (Heinz e Elizabeth Konradi) que organizam um jantar convidando a irmã de Elizabeth (Brigitte), Herbert Sanke e Erich Kiel. Desde o início que Heinz empurra a cunhada para Herbert, fazendo-se de casamenteiro, mas tudo com um misterioso objectivo que só agrada aos seus interesses. No fim desse mesmo jantar, Heinz coloca a cunhada numa posição constrangedora, fazendo com que Brigitte acompanhe Herbert pelo caminho que vai até à ponte de saída da cidade, o que ela faz, contrariada. Numa noite em que o luar não existe, nem nenhuma estrela no céu, surge uma forte tempestade e Brigitte desaparece...
É uma história que incita à leitura mas que não gostei nada do final. Achei muito rebuscada e pouco realista.
A segunda história tem como título "As sombras do paraíso" e trata-se da história dos ricos irmãos Aarfeld, Pedro e Siegurd. No meio aparecem a exuberante e extremamente bela e calculista Mathilde Von Bahrenhof, e, a amável e humilde Marianne Klett.
Uma bela história de amor cujo enredo cheio de traições, ciúmes, paixão e volúpia já foi muitas vezes retratado.
Mesmo assim gostei muito mais da segunda história.
(30 de Setembro de 2007)

Sinopse:

Em "Chocolate à Chuva" (terceiro volume da trilogia que começa com "Rosa, Minha Irmã Rosa" e prossegue com "Lote 12, 2.º Frente"), Mariana é confrontada, entre outros problemas, com um bem difícil: o divórcio. Os pais da Rita, sua amiga de sempre, tomam essa decisão. É a ruptura. É o fim da "casa da Rita", é o "tremer" das coisas sólidas. Mariana vai entrar no emaranhado dos "quês" e "porquês" e vai sentir-se impotente para ajudar a Rita. Mas "Chocolate à Chuva" é também uma maneira fascinante de acompanhar o crescimento de uma adolescente atenta não só ao que se passa em redor dela mas também à sua própria evolução.

A minha opinião:
Gostei bastante. Peguei neste livro apenas para tentar acabar o desafio do alfabeto de autores e não esperava que gostasse tanto de o ler.
Um livro muito bem escrito, com uma linguagem extremamente acessível a exprimir sentimentos e conflitos que se sente quando os nossos pais se separam. O turbilhão sentimental desencadeado por este acontecimento é retratado pela autora Alice Vieira, com uma simplicidade que me comoveu. Conseguiu transmitir por escrito o que a maioria dos adultos não conseguem nem falar.
29 de Novembro de 2007