quarta-feira


"Uma obra-prima de humor e observação.A chegada do nacional-socialismo a uma aldeia perdida e tranquila. Um pequeno mundo que, por acidente, desperta e descobre que Deus ali dormia.
Tradução da versão francesa por José Saramago."
"Se Deus também dorme, se tem, por vezes, de procurar a calma e o repouso, é aqui que o pode encontrar, neste canto perdido da terra masuriana."
Tudo se inicia com uma morte de causas suspeitas na eterna calmaria de Maulen. Após este acontecimento dá-se uma torrente de acontecimentos: a chegada de um novo gendarme (Thiele), com a sua filha, decidido a restabelecer a ordem e a descobrir o suposto autor do suposto assassínio; a suspeita de um negro segredo que o filho ( Alfred) do chefe local (Leberecht) possui, ...
A tudo isto se adiciona a chegada dos ideais do nacional-socialismo.

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Este um livro que foi uma excelente surpresa! Não conhecia o autor e nunca tinha lido nada dele, por isso não sabia bem o que esperar.

Após ler as primeiras páginas pensei - "Ai que vai ser um livro de espionagem nazi e eu não gosto nada de livros de espionagem". Mas depois das primeiras 100 páginas a leitura começou a ser muito mais agradável com novas surpresas ao virar de cada página. Escusado será dizer que gostei muito deste livro. E penso que se toda a gente lhe der uma oportunidade, verá que se trata de uma excelente leitura.

É que este livro tem de tudo: romance, intriga, mistério, um pitada de policial...É só ler este pequeno excerto a respeito da investigação de um suposto assassinato na localidade de Maulen:

"(...) De uma maneira ou de outra, é preciso cortar estes laços sufocantes. Não há outra solução para mim, para nós. Por minha vez, peço-lhe o seu auxílio. Está pronto a cumprir a sua promessa? Dê-me o nome do culpado.

- Negociemos primeiro -disse Leberecht, tentando sorrir.- Ou antes: conceda-me um favor que compensará o serviço prestado.

-Um favor?(...)

- E se eu aceitar?

- Pouco depois, a pessoa que matou Materna apresentar-se-á em sua casa, prometo-lhe. Ela lhe dirá tudo o que quer saber. E se, depois disso, o senhor persistir na sua intenção de levar o caso até ao fim, terá toda a liberdade de agir.(...)"

Um livro a ler até ao fim!

(9/05/07)

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